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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Pequenas informações

Erratas dos textos entregues a professores e alunos:

Na Acta de Vereação de Comemoração do 5 de Outubro de 1910:
- Eurico Carlotti Pomada - leia-se «Eurico Carlotti POUSADA»

- senhor Doutor Alfredo Ferreira Cortes - leia-se «senhor Doutor Alfredo Ferreira CORTEZ»


No texto do 5 de Outubro em Espinho:
- «Na manhã de 5 de Outubro de 1910, pelas 9 horas da manhã, sobem à varanda da Câmara Municipal de Espinho, os ventos de mudança.» - leia-se «Na manhã de 5 de Outubro de 1910, pelas 9 horas da manhã, sobem à varanda da Câmara Municipal de LISBOA, os ventos de mudança.»



Relembramos ainda a Actividade - Reinventa a História de Espinho através de um Documento do Arquivo - Documento do mês de Outubro - Acta de Comemoração do 5 de Outubro de 1910 (podem ver o documento e as condições dessa actividade mais abaixo no blog)

Mascote do Serviço Educativo


Actividade - Mascote do Serviço Educativo

Destinatários: Alunos do 1º Ciclo do Concelho de Espinho


Data limite para a entrega das propostas: 31 de Outubro de 2008.

A Mascote, já desenhada, necessita urgentemente de ganhar vida!

A mascote precisa:
a) De atribuição de um nome
b) De ser colorida.


Sugerimos então, a realização de um concurso nos seguintes moldes:
a) Cada turma recebe uma cópia da mascote;
b) Os alunos escolhem um nome de forma individual ou colectiva. Pedimos que libertem a sua imaginação e encontrem um nome aceite por unanimidade.
c) A pintura da mascote será realizada pelos alunos interessados.
d) A identificação de cada proposta exige o nome seleccionado e a sua pintura, para posteriormente realizarmos uma fotografia de grupo e uma entrevista à turma.
Os trabalhos poderão ser entregues pessoalmente no Arquivo Municipal de Espinho ou enviar a escolha de nome e a pintura efectuada, através do e-mail: arquivo.municipal@cm-espinho.pt


É da competência do júri a análise das propostas apresentadas assim como, a escolha da vencedora.
CONTAMOS COM A VOSSA COLABORAÇÃO!
------------------------
Horário de funcionamento do Arquivo Municipal:
9:00 às 15:30h

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Actividades/Jogos

Durante as actividades do Serviço Educativo do Arquivo Municipal de Espinho, as turmas foram convidadas a realizarem alguns jogos.

Exemplos:
* Jogo da memória com a Bandeira Nacional;
* Jogo da Glória com perguntas relativas ao Regícidio e à República;
* Votação para eleger o animal preferido;
* Cantaram o Hino Nacional Português;
* entre outros...

Resultados da Votação Global da Eleição dos alunos do 1º ao 4º ano:
**1º Classificado - GOLFINHO - 12 turmas votaram neste animal
**2º Classificado - LEÃO - 3 turmas votaram neste animal
**1 empate entre Golfinho e Leão
** O MACACO não foi eleito em nenhuma das turmas






Imagens de algumas das turmas que participaram nas Actividades de Comemoração do 5 de Outubro de 1910. Obrigado a todos os presentes!


726 Alunos do Concelho de Espinho participaram nestas actividades.

31 Turmas:
4 turmas do 1º ano
3 turmas do 2º ano
4 turmas do 3º ano
6 turmas do 4º ano
10 turmas do 6º ano
4 turmas do 9º ano

Escolas participantes:
Anta nº2
E.B. Espinho nº 2
E.B. 2/3 Sá Couto
Manuel Laranjeira

Crachás - «Eu Sou Investigador(a)»

Os alunos do 1º ao 4º ano entraram nestas actividades com uma postura diferente - tornaram-se investigadores.



Crachás já recortados, à espera de ganhar vida.

Ser Investigador é:

* ter vontade de saber;

* procurar saber mais e mais;

* pesquisar;

* questionar tudo à sua volta;

* procurar e voltar a procurar;

* aprender;

...ou seja, um Investigador é uma pessoa cusca, mas no bom sentido...

Para seres um bom investigador, cusca e volta a cuscar, procura e volta a procurar... O bom investigador, procura a resposta à pergunta que preenche a sua alma...

...

Ó Pai... Ó Mãe... Porque é azul o céu? Porque é que chove? Como é que nascemos?

Se tens estas e outras perguntas na tua cabeça, procura a resposta, torna-te um investigador... Podes até criar o teu próprio clube de investigadores e com um grupo de amigos, obter resposta de todas as tuas dúvidas.


Bandeira Nacional Portuguesa






Com a República nasceram novos símbolos Nacionais, a Bandeira Nacional é um deles.


A actual Bandeira Nacional foi resultado de um estudo de uma Comissão formada por Columbano Bordalo Pinheiro (Pintor); João Chagas (Jornalista); Abel Botelho (Romancista); Primeiro-Tenente Ladislau Pereira e do Primeiro-Tenente Ladislau Pereira.


Bordalo Pinheiro




Abel Botelho


João Chagas


Em Espinho, mesmo antes da Bandeira ser oficial... a Bandeira já era importante...

«Pelo Administrador do Concelho foi dito que havia entregado na secretaria da Câmara uma Bandeira Nacional destinando-se a ser hasteada nos Paços do Concelho […]. A Câmara consigna o seu profundo reconhecimento e decide que, para incutir o culto da Bandeira […], a bandeira começasse a ser hasteada em todos os dias feriados reconhecidos pelo Governo e pela República.»

Acta da Vereação de 23 de Março de 1911 [Disponível no Arquivo Municipal de Espinho]


«O Administrador do Concelho dá conhecimento à Câmara de haver recebido uma circular do Governo Civil em que lhe é comunicado que a Cordoaria Nacional fornece Bandeiras Nacionais ao preço de onze mil réis […]. – A Câmara deliberou adquirir […] uma dessas bandeiras , e pedir que lhe sejam fornecidas outras pelo menos para as escolas oficiais.»

Acta da Vereação de 6 de Abril de 1911 [Disponível no Arquivo Municipal de Espinho]


Quando é implementada a Bandeira Nacional?
É em 19 de Junho de 1911, por Decreto da Assembleia Constituinte.


Como é a Bandeira de Portugal?

* É dividida em duas cores: Verde escuro do lado esquerdo (ocupa dois quintos) e Vermelho Rubro do lado direito (ocupa três quintos);

* Ao centro, sobre a união das duas cores, tem o Escudo das Armas Nacionais e a Esfera Armilar Manuelina, em amarelo e contornos a negro.


O que Significam as cores da Bandeira Nacional?? Sabem?


VERMELHO:
* força;
* calor;
* alegria;
* virilidade;
* coragem;
* o sangue derramado pelos Portugueses nas Batalhas.

VERDE:
* esperança
* consagra a Revolta de 31 de Janeiro de 1891.

BRANCO:
* singeleza;
* paz;
* harmonia;
* assinala o ciclo épico dos Descobrimentos Portugueses.


Sabem o que significam os símbolos da Bandeira Nacional?



ESFERA ARMILAR:

* Instrumento de navegação marítima;
* Emblema pessoal de D. Manuel II;
* Consagra os Descobrimentos Portugueses.



ESCUDO:

* Bravura;
* Tenacidade = firmeza;
* Diplomacia;
* Audácia = Atrevimento, Coragem;
Com que a Nacionalidade Portuguesa foi defendida!



QUINAS:

*As primeiras batalhas na conquista do País;
* Os cinco reis mouros vendidos na Batalha de Ourique por D. Afonso Henriques;
* Os pontos brancos representam as chagas de Cristo. (Chagas de Cristo: feridas com que Cristo ficou na sua Crucificação - 2 nas mãos; 2 nos pés e 1 no lado [barriga])






CASTELO:

* Os castelos conquistados por D. Afonso III aos Mouros.








Brevemente... Etiqueta da Bandeira...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Hino Nacional Português - «A Portuguesa»


Sabem o que é o Hino Nacional?


Aquela música que a equipa de futebol portuguesa canta quando joga contra outro país…



Selecção Nacional

A música que o Nelson Évora cantou quando ganhou a Medalha de Ouro
nos Jogos Olímpicos…
Nélson Évora

É a música do nosso país, o Hino Nacional Português.
Imagina que tens uma música com o teu nome, só para ti. Era giro não era? Podes sempre criar uma. Tens é de pensar bem, para a música dizer o que és e pensar que tem de ser algo fácil de decorar. Experimenta.

Portugal tem uma música só para ele. A música chama-se “A Portuguesa”. Tem lógica, não tem?
A letra da música já é velhinha, tem 118 anos. Nasceu quando Portugal lutava por terras em África (sabes, África é um grande continente, quente, que Portugal foi conquistando).
A música nasceu para dar mais força portugueses, uma forma de os ajudar a lutar e Portugal ganhar a batalha contra a Grã-Bretanha (Um país do Continente Europeu. Nós também somos do Continente Europeu).
Mapa Cor-de-Rosa

Bem, mas para que saibas e possas mostrar aos teus pais que és um grande historiador, tens de saber outras coisas.
Sabes o que é a letra de uma música? A letra de uma música é aquilo que nós escrevemos, com as letras que aprendeste na escola, o abecedário.


E a melodia de uma música? Sabes o que é? Não? É um tipo de escrita diferente, não com o abecedário, mas com letras musicais. Normalmente são escritas em pautas, um papel diferente do de linhas, onde criamos música para os instrumentos. A melodia é o que ouves se ninguém estiver a cantar.


Aqui há muitos anos, ainda não tinham escolhido a melodia certa para a letra da música. Foi preciso criar um grupo de pessoas para estudarem qual a melhor música, mas o Hino Nacional não foi alterado, ficou igual e foi aprovado a 16 de Julho de 1957 (os teus pais seriam nascidos? Pergunta-lhes. Os teus avós eram nascidos de certeza).

O autor da letra foi o poeta Henrique Lopes.
Henrique Lopes de Mendonça

O autor da melodia foi Alfredo keil. Ele até teve direito a uma estátua na Praça da Alegria, em Lisboa.
Alfredo Keil

Esta música tornou-se importante no 5 de Outubro de 1910 (Implantação da República). As bandas de música tocaram-na, vezes sem conta, tornando-o a música de Portugal. Na noite de 6 de Outubro de 1910, Espinho ouviu «A Portuguesa», festejando a Implantação da República. A cidade iluminou-se.

No ano seguinte, a Assembleia Nacional Constituinte (uns senhores que mandavam em Portugal), aceitam «A Portuguesa» como a música que identifica o País.

Sabem quando se canta o Hino?
O hino canta-se em cerimónias oficiais nacionais, civis e militares. É uma homenagem a Portugal, à Bandeira Nacional ou até ao Presidente da República Portuguesa. É também a nossa forma de dizer «olá» as pessoas que mandam em outros países e visitam o nosso. E claro, não nos esquecendo dos jogos da selecção nacionais e de atletas que representam o nosso país.
Bandeira Nacional Portuguesa
Aníbal Cavaco Silva
Por fim, sabiam que a letra do Hino era muito maior? É verdade, era diferente. Lê o poema inicial da música:

Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memoria,
Oh pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela pátria lutar!
Contra os Bretões marchar, marchar!

Desfralda a invicta bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa á terra inteira:
Portugal não pereceu!
Beija o teu solo jucundo
O Oceano, a rugir de amor;
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela pátria lutar!
Contra os Bretões marchar!

Saudai o sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela pátria lutar!
Contra os Bretões marchar!


O Hino Nacional Português é a alma do País. Fácil de decorar. Aprende com a letra a seguir, se não souberes ler bem ou não souberes a música, pede ajuda aos teus pais.




O poema que todos cantam em todos os festejos portugueses é o seguinte:

Heróis do mar, nobre Povo,

Nação valente, imortal,

Levantai hoje de novo

O esplendor de Portugal!

Entre as brumas da memória,

Ó Pátria, sente-se a voz

Dos teus egrégios avós,

Que há-de guiar-te à vitória!


Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!

A constituição da Câmara Municipal de Espinho Antes e pós República

Antes da República

Presidente – Dr. António Augusto Castro Soares

Vogais efectivos – Alberto Jorge Moreira Pinto, Eurico Carlotti Pousada e Narciso André de Lima.


Pós – República

Auto de Posse da Comissão Municipal Republicana do concelho de Espinho em 10 de Outubro de 1910.

Comissão Provisória – Presidente - Dr. Joaquim Pinto Coelho – médico

Vogais efectivos:
Alfredo Jorge Pereira de Brito Leite de Berredo -
Francisco Joaquim Pereira Resende - negociante
António Martins da Silva Cruz – industrial
Francisco Alves Vieira – negociante

Vogais substitutos:
Alberto Pereira Nunes Delgado – farmacêutico
Manuel Luís Rodrigues – negociante
José Xabregas Júnior – negociante
Avelino da Silva Vaz – construtor
Manuel Alves Lima – industrial

Auto de Posse da Comissão efectiva em 2 de Janeiro de 1914

Presidente – Manuel Joaquim Simões Pedro
Vice – Presidente – Fernando Francisco Pereira
Secretário – Francisco Oliveira Gomes
Vogais – Narciso André de Lima, António de Brito Faria

Visitas da Família Real a Espinho e de Presidentes da República

Visitas da Família Real a Espinho/ Passagens em Espinho

Rei D. Carlos acompanhado pelo Infante D. Afonso – 15 de Setembro de 1903
Carruagem Real efectuou paragem de minutos.
Os membros da Câmara Municipal, o Administrador do Concelho, o Governador Civil e muito povo, aguardaram na gare a sua passagem.

Rainha D. Amélia – Novembro de 1908
Carruagem Real efectuou paragem de minutos.
O Presidente da Câmara pediu autorização para a entrada da Rainha D. Amélia na gare de Caminho-de-ferro para a população a saudar.

Rei D. Manuel II – 23 de Novembro de 1908
Foi recebido por Henrique Pinto Alves Brandão, Presidente da Câmara.
Visitou a Fábrica Brandão Gomes e almoçou no Salão Nobre da Assembleia de Espinho
Inaugurou o troço da Linha de Caminho de Ferro do Vale do Vouga.
Espinho preparou-se para a visita do Rei. Embandeiraram-se as ruas de Espinho, procederam-se a melhoramentos das ruas pelas quais iria passar, prolongou-se a Rua do Cruzeiro (actual Rua 2)

Efectuaram-se outras passagens da Família Real por Espinho, que não receberam a mesma atenção das referidas.

Visitas de Chefes de Estado a Espinho

Bernardino Machado - 23 de Dezembro de 1925
Motivo: Ciclone de 20 de Dezembro de 1925
O Presidente inteirou-se do trágico acontecimento, prometendo ajuda para as famílias do Bairro Piscatório.

Américo Tomás – 19 de Junho de 1968 – 1ª Visita
Motivo: Inauguração da Nova Escola Industrial e Comercial de Espinho
Na Câmara colocou-se uma lápide para recordar a visita do Presidente da República
Em Cortejo, dirigiu-se à Nova Escola Industrial e Comercial de Espinho, procedendo à inauguração.

Américo Tomás – 9 de Agosto de 1969 – 2ª Visita
Motivo: Inauguração de 52 moradias e 2 estabelecimentos comerciais.
Almoçou na Corfi com 50 convidados.
Condecorou Manuel de Oliveira Violas com o Grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito Industrial.

Américo Tomás – 17 de Janeiro de 1974 – 3ª Visita

Recebeu o título de 1º Cidadão Honorário de Espinho

Jorge Sampaio – Dezembro de 1998 – 1ª Visita
Motivo: Inauguração da ADCE
O Presidente da República revelou a sua preocupação com a exclusão social.

Jorge Sampaio – 16 de Junho de 2000 – 2ª Visita
Motivo: Dia da Cidade de Espinho – Inauguração do Multimeios
Jorge Sampaio foi recebido com festa: visitou o Bairro Piscatório, andou de karts, dançou e conviveu com a população espinhense.
Inaugurou o Centro Multimeios.

Jorge Sampaio – 15 de Janeiro de 2002 – 3ª Visita
Motivo: Jogo voleibol: Sp de Espinho X GVG Gomel - Top Teams Cop
Cumpriu o prometido e assistiu a um jogo de Voleibol, realçando a força do clube e a sua progressão, não deixando limitar pela falta de recursos.

Actividade: Reinventa a História de Espinho através de um Documento de Arquivo - Acta de Comemoração do 5 de Outubro de 1910

Livros de Actas da Vereação - Disponíveis no Arquivo Municipal de Espinho


Acta da Vereação - 7 de Outubro de 1910




Actividade permanente do Serviço Educativo


Reinventa a História de Espinho através de um Documento do Arquivo

Documento do Mês de Outubro - Acta da Vereação de Comemoração do 5 de Outubro de 1910
- Objectivo:
Incentivar os participantes a recontar a história do documento
- Actividade:
Escrever um conto, um poema, fazer uma ilustração. Os trabalhos apresentados serão alvo de um concurso. O prémio será constituído pela publicação do trabalho na revista municipal Quadrícula e oferta de publicações ao aluno premiado e à Biblioteca da escola.

- Destinatários: Alunos do 2º e 3º Ciclos


Prazo de envio - 31 de Outubro de 2008

e-mail para envio do trabalho: arquivo.municipal@cm-espinho.pt

O trabalho deverá conter: nome, idade, ano escolar e escola que frequenta.

«Acta da Sessão Ordinária da Comissão Municipal do Concelho de Espinho efectuada em 7 de Outubro de 1910

Aos sete dias do mês d´Outubro de mil novecentos e dez, n´esta vila d´Espinho, Paços do Concelho a sala das sessões da Câmara Municipal, por uma hora da tarde e sob presidência do Doutor António Augusto Castro Soares, reuniram em sessão ordinária os vereadores efectivos Alberto Jorge Moreira Pinto, Eurico Carlotti Pousada e Márcio André de Lima, achando-se também presente o senhor Doutor Alfredo Ferreira Cortez, administrador do concelho. Aberta a sessão foi lida, aprovada e assinada a acta da sessão anterior e em seguida tratou-se do expediente seguinte: - Justificar as faltas dos vereadores à sessão anterior.
Ofício do Governo Civil d´este distrito participando ter sido permitido a José João Ferreira, secretário d´esta Câmara, pagar em noventa e seis prestações mensais a quantia de cinquenta e um mil reis de direito de mercê. – Inteirada.
Outro do engenheiro Augusto Júlio Bandeira Neiva, participando a sua transferência para a primeira Direcção de Obras Públicas de Lisboa, e significando à Câmara o seu profundo reconhecimento pelas provas de verdadeiro estima e consideração com que a Câmara o tem distinguido.
O Presidente diz que a Câmara testemunha o seu reconhecimento pelas palavras com que o senhor Engenheiro Bandeira Neiva se lhe dirige ao despedir-se do concelho a que tantos serviços prestou, e sente que Espinho fique privado de tão dedicado amigo. Todos os vereadores apoiaram as palavras do presidente.
Foram presentes contas de vários fornecimentos que a Câmara aprovou.
Terminado o expediente, o presidente diz que deve referir-se ao acontecimento que actualmente faz vibrar de entusiasmo a alma de todos nós e constitui uma das mais brilhantes páginas da nossa história e proclama ao mundo a indomável e fecunda energia da nossa raça.
O povo português, que o presidente da República brasileiro, em declaração que ultimamente lhe dirigiu ao ser por ele imponentemente saudado em Lisboa, classificou de legendário, honra da humanidade, confirmou a sua fama levando a cabo a implantação da República em Portugal por um rasgo de heroísmo e consciência cívica, por uma revolução tão extraordinária, que o impôs definitivamente ao respeito do mundo, integrando Portugal na mais alta civilização.
Por este assombroso feito hasteia-se n´este edifício a gloriosa bandeira que simboliza a transformação das anacrónicas e condenadas instituições monárquicas no esplendoroso regime republicano compatível com todas as liberdades e a mais ampla manifestação da dignidade humana; que das trevas e da iniquidade nos transporta a uma era de luz e de progresso. Propõe que a Câmara testemunhando os seus sentimentos e interpretando os dos cidadãos d´Espinho, radiante d´alegria, deliberou expedir imediatamente ao Presidente do Governo Provisório o seguinte telegrama: “ Câmara Municipal d´Espinho, reunida em sessão congratula-se V. Ex. pela proclamação da República, presta homenagem aos heróis do novo regime e na ilustre pessoa de Vossa Excelência saúda o governo”.
O vereador Eurico Pousada diz associar-se às palavras do senhor presidente. É republicano e sempre o foi; todos o sabem; e por isso entende que são desnecessários todas as declarações que possa fazer de adesão à República. Pede apenas que depois de se tratar do expediente necessário para a boa regularidade dos negócios municipais se encerre a sessão em sinal de regozijo pelo advento da República.
Foi aprovado por aclamação a proposta do presidente e a do vereador Eurico Pousada.
Em seguida, o vereador Pousada levantou um viva à República que foi unanimamente correspondido.
Foi autorizado o presidente a assinar a seguinte ordem de pagamentos:
A folha do vencimento do pessoal relativo ao mês de Setembro findo.
O pagamento do salário ao fiscal interino dos impostos municipais.
A folha do pagamento a ama relativa ao trimestre findo.
A folha dos subsídios de lactação concedidos pela Câmara.
A folha do vencimento do pessoal empregado na guarda e limpeza do matadouro.
A folha da deslocação dos guardas civis destacados em Espinho até hoje.
A António José Ferreira, para pagar a despesa com o conserto de estrada ou caminho das Vareiras.
Ao mesmo a importância de conserto da rua Alexandre Herculano, digo Rua Mouzinho da Silveira.
A Manuel dos Santos Nogueira, a importância de artigos que vendeu para limpeza dos Paços do Concelho e repartições públicas.
E não havendo mais nada a tratar foi encerrada a sessão e logo escrita e liga e aprovada esta acta que eu José João Ferreira, secretário da Câmara, escrevi. António Augusto de Castro Soares - Narciso André de Lima – Alberto Jorge Moreira Pinto – Eurico Carlotti Pousada.
Está conforme a minuta arquivada n´esta secretaria.

O Secretário da Câmara
José João Ferreira»


A.M.ESP. Câmara Municipal de Espinho. Actas da Vereação, 1909-1910 Liv. N.º 4, Acta n.º28. Acta Comemorativa do 5 de Outubro de 1910. [Disponível no Arquivo Municipal de Espinho]

5 de Outubro de 1910 - A nível Nacional e a nível Local

- Nível Nacional

Antecedentes

• 1876 - Criação do Partido Republicano
- Objectivo do Partido: mudança de regime
• 1890 - Ultimato Britânico
• 31 de Janeiro de 1891 – Revolta Republicana no Porto
• 21 de Janeiro de 1908 – Revolta do Elevador em Lisboa

- Outros motivos para a decadência da Monarquia em Portugal:
* Escândalos financeiros;
* Corrupção governativa;
* Aumento de greves, mesmo sendo proibidas;
* Ditadura de João Franco;
* Assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe Real D. Luís Filipe
O rei, que se encontrava em Vila Viçosa, regressa a Lisboa a 1 de Fevereiro de 1908, dia da sua morte. A Família Real, em carruagem aberta dirigiu-se para o Palácio das Necessidades, mas é no Terreiro do Paço que se ouvem disparos contra o Rei. No meio dos disparos que vinham do meio da multidão, o Rei e o Príncipe Real D. Luís Filipe morrem. Os atiradores Alfredo Costa e Manuel Buiça foram mortos no local pela guarda real.
A morte do Rei e do Príncipe herdeiro, leva ao trono com apenas 18 anos, o filho mais novo, D. Manuel. D. Manuel II viria a ser o último Rei de Portugal.














Preparativos para o 5 de Outubro de 1910

4 de Outubro de 1910
00:45h – Revolta nos quartéis da Infantaria 16, Campo de Ourique; Artilharia 1, Campolide e Marinha, Alcântara.
05:00h – Acampamento na Rotunda
07:00h – O republicano Cândido Reis é encontrado morto
08:00h – Oficiais do Exército abandonam Rotunda
10:00h – 50 manifestantes alvejados a tiro nos Restauradores
12:30 às 16:00h – Ataque à Rotunda por Paiva Couceiro
14:00h – Navios bombardeiam o Palácio das Necessidades
16:00h – A Marinha bombardeia o Terreiro do Paço. D. Manuel II chega a Mafra
21:00h – O Navio D. Carlos é capturado pelos republicanos



5 de Outubro de 1910

Implantação da República
06:00h – Combates de artilharia na Avenida da Liberdade
08:00h – A República é proclamada na Câmara Municipal de Lisboa, por José Relvas

A Família Real embarca no barco real ‘Amélia’, na Ericeira e segue até a Gibraltar, fugindo depois para Inglaterra.


- Nível Local - Espinho

Na manhã de 5 de Outubro de 1910, pelas 9 horas da manhã, sobem à varanda da Câmara Municipal de Lisboa, os ventos de mudança. A República é proclamada e a notícia espalha-se pelo país. Espinho, recebe a notícia à meia-noite de 5 de Outubro de 1910. As tropas oficiais renderam-se e a família real fugiu para Inglaterra. Portugal era dos republicanos.
Em espinho, republicanos festejam, enquanto os monárquicos não se manifestam.
A verdadeira confirmação da notícia ocorre às 7 horas do dia 6 de Outubro de 1910. O povo alia-se à festa republicana e os festejos iniciam-se.
Membros do Partido Republicano de Espinho reúnem-se na Escola António José de Almeida e mandam hastear a bandeira da República em sinal de vitória. O futuro de Portugal era, agora, longo e possuidor de esperança.
No comboio das 15 horas, chega a Espinho o Diário do Governo. O Presidente da Comissão toma conhecimento da proclamação do Governo Provisório.
Organizou-se um cortejo, até à Câmara Municipal de Espinho, onde foi lida a proclamação oficial e içada a Bandeira vermelha e verde da República.
O povo e todos os cidadãos de Espinho puderam aclamar o novo regime de forma eufórica na noite de 6 de Outubro de 1910. Ao som da Marselha e da Portuguesa, percorreram-se as ruas da Vila, vislumbrando-se casas iluminadas e ouvindo os vivas de estilo à República. Viva a República!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

5 de Outubro de 1910 - Implantação da República

O Serviço Educativo do Arquivo decidiu não esquecer este marco importante da História de Portugal.

Actividade:

Implantação da República – 5 de Outubro 1910
Local: Centro Multimeios de Espinho (galeria e sala de formação).
Data: 5 a 19 de Outubro de 2008


- Objectivos:
A importância da Implantação da República no contexto nacional e local.

A nível local, realce para a vinda de D. Carlos I, de D. Manuel II (último Rei de Portugal), dos Presidentes da República Bernardino Machado (1925); Américo Tomás (1968; 1969; 1974) e Jorge Sampaio (1998; 2000 e 2002).

- Actividades:
Mostra Documental.
Jogos didácticos relacionados com o Regícidio e a Implantação da República.

Visita guiada à Exposição do Museu da Presidência:


Presidentes de Portugal. Uma Exposição Fotográfica

Descrição da Exposição:

Exposição fotográfica, com cariz biográfico.

A exposição itinerante “Presidentes de Portugal”, organizada pelo Museu
da Presidência da República.
Apresenta um conjunto de 54 fotografias,
algumas das quais inéditas, e um filme produzido com recurso a
fotografias e filmes, que perfazem a história dos 100 anos da República
Portuguesa.

Esta mostra, dedicada à figura e biografia dos chefes de Estado,
pretende construir uma narrativa dos principais momentos históricos de
Portugal nos últimos cem anos, bem como de todos os Presidentes da
República desde 1910.
O conhecimento mais profundo da História de Portugal passa,
inevitavelmente, pela história da Instituição Presidencial, dos seus
titulares e a sua relação com os cidadãos.

Diogo Gaspar
Director do Museu da Presidência da República

Destinatários: Público em geral (exposição); Comunidade escolar
(actividades)

Observação: Esta actividade tem um regime geral, aberta a toda a
comunidade espinhense, e não só, sendo que, a comunidade escolar,
será a única abrangida pelas actividades realizadas. A comunidade
escolar, do 1º Ciclo ao 12º ano, fará uma visita guiada à Exposição e
posteriormente, realizará actividades relativas à mesma.

Actividades de Outubro de 2008 a Junho de 2009

O Arquivo Municipal de Espinho, ao desenvolver o Serviço Educativo do mesmo, pretendeu ocupar o tempo do ano lectivo escolar, porém, algumas das actividades destinam-se também ao público em geral.

Para conhecer todo o PROGRAMA do SERVIÇO EDUCATIVO DO ARQUIVO MUNICIPAL DE ESPINHO clique aqui - http://www.cm-espinho.pt/publico/arquivo/actividades.pdf

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Breve História do Arquivo Municipal de Espinho

O Arquivo Municipal de Espinho nasceu com a criação dos Paços do Concelho em 1899.

Até 1985, os documentos produzidos por todas as secções da Câmara, eram depositados na cave do edificio.

Em 1945, quando se contruíram os novos Paços do Concelho, contemplou-se um espaço próprio, e partilhado, para o Arquivo e para a Biblioteca Municipal. A partilha conjunta do espaço durou até ao ano de 1985, ano em que a Biblioteca abandona o espaço e se realiza um concurso público para um Técnico Auxiliar de Arquivo, hoje designado por Técnico Profissional de Arquivo.

No ano de 1991, é aberto um concurso para Técnico Superior de Arquivo. A nova funcionária, entre a data de entrada e 2000, ficou responsável pelo tratamento arquivístico da documentação histórica. Procedeu-se à conservação e restauro da documentação, apesar de ainda não existir um lugar próprio para o Arquivo Municipal e para o trabalho a si inerente.

Entre 1993 e 2000, em conjunto com diversos serviços de cultura da Câmara Municiopal, o Arquivo funcionou num edifício municipal, situado entre o ângulo da rua 23 e rua 30.

O ano de 2001, é um marco importante na história deste serviço. Com o apoio do PARAM (Projecto de Apoio à criação de Redes de Arquivos Municipais), a cave da Câmara Municipal, outrora usado apenas como depósito de documentos, é restaurada e remodelada, criando um lugar mais cuidado para o tratamento arquivístico e para a boa conservação documental. O Arquivo havia conquistado um espaço próprio e mais adequado à sua função.

Quanto à história do Arquivo,... esta continuará a desenvolver-se futuramente...

sábado, 11 de outubro de 2008

Serviço Educativo do Arquivo Municipal de Espinho

O Serviço Educativo do Arquivo Municipal de Espinho visa incentivar a divulgação do Património Documental. A sua execução exige a criação de parcerias com o meio escolar fomentando o interesse das crianças e jovens pela Cultura.
Os temas tem como base preferencial, a História Local ou a História Nacional, desde que esta tenha reflexos notórios na comunidade Espinhense.
Pretende-se sensibilizar este público-alvo, de forma lúdica-pedagógica, para o trabalho desenvolvido no Arquivo, assim como, chamar atenção, para a importância e salvaguarda dos vários documentos existentes neste Serviço.
Com estas iniciativas, os alunos poderão aprender como funciona o Arquivo e ter um contacto privilegiado com documentação diversificada, com mais de 100 anos, aprendendo também, como é que esta documentação é tratada e conservada.