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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Actividade: Invasões do Mar - CICLONE DE 1925


Ciclone de 1925
O acontecimento e o seu desenvolvimento

No Documento do Mês de Dezembro (que se encontra situado, mais abaixo, neste blog) poderão encontra diversa informações relativa ao tema.

Espinho sofreu invasões do mar ao longo dos anos, tendo sido realçado na actividade o ciclone de 1925.

Sabes o que se passava em Espinho no ano de 1925?
Vamos descobrir??

-Criação da Fábrica de Sabão (Rua 26) – «Barros & Cª Lda»
-Prolongamento da Rua 18
-Inauguração do Campo de Aviação de Espinho
-Inauguração do Club Desportivo Espinhense
-Anúncio da futura indústria da Fosforeira Portuguesa
-Instalação em Espinho da «Fábrica de Cerâmica Lusitânia», na rua 14



20 de Dezembro de 1925
Este ciclone, aconteceu em pleno Domingo, um dia de semana para descanso, cerca das 12horas.
Nos documentos do Arquivo Municipal, a informação multiplica-se, sendo importante realçar que este acontecimento, levou todo o país a manifestar a intenção de ajuda à nossa Vila de Espinho.

Mas afinal, o que é um Ciclone?
*forma-se nas águas do Oceano Atlântico;
*apresenta um aspecto de 'funil';
*é acompanho por chuva intensa, granizo, vento forte e tempestuoso, ondas grandes, granizo...

Espinho... sofreu nesse dia grandes alterações...
O ciclone...
Destruiu diversas casas do Bairro Piscatório;
Destruiu os balneários do campo de futebol do Sporting Club de Espinho, que estava em fase de conclusão;
Provocou estragos na Igreja Matriz de Espinho;
Destruiu parte do Bairro da Rainha (mandado contruir pela Rainha D. Maria Pia noutra situação em que o mar invadiu Espinho).

Imagens do livro Monografia de Espinho. página 172


Depois do Ciclone, Espinho recebeu vários telegramas, de todo o país...
«Telegrama da Câmara de […], apresentando as suas condolências pela grande catástrofe sofrida por este concelho».
«Ofício da Câmara Municipal de […], apresentando a sua dolorosa expressão do profundo pesar pelo tristíssimo acontecimento do dia vinte […]»

Actas da Vereação – livro nº 13, acta nº35 de 26 de Dezembro de 1925. p. 88v e 89.

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Formou-se uma Comissão para ajudar todos os que haviam sofrido com o acontecimento, sendo de realçar a necessidade de construir um bairro para alojar todos os que ficaram sem os seus únicos bens, as suas casas...

A construção do Bairro aconteceu essencialmente com a ajuda do Jornal «Diário de Notícias», que abriu uma subscrição pública para ajuda da nossa Vila. Muito dinheiro chegou a Espinho através desse Jornal, tendo também chegado roupas, louça, comida. A ajuda veio de todos...

Sendo necessária a construção do Bairro, mostrou-se também uma preocupação de higienização, de apoio escolar, de melhoria de condições de vida dos sinistrados.

Bairro Diário de Notícias - foi o bairro que foi construído, uns anos depois, para albergar os desalojados.







Plantas do Bairro Diário de Notícias in Arquivo Municipal de Espinho

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Depois deste acontecimento (e mesmo antes, mas agora com mais atenção), foram realizadas diversas obras de defesa da costa, tentando que o mar não continuasse a invadir a vila...

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No ciclone, diversos acontecimentos estranhos aconteceram? Sabem algum?

- Houve um menino, chamado Francisco Joca, que esteve debaixo de pedras durante 3 horas;

- Algumas pessoas saltaram da janela para a rua, tentando fugir da queda da sua casa;

- vários barcos, os conhecidos barcos dos pescadores, voaram e entraram pelas casas dentro, desfazendo-se...;

- Prejuízos superiores a 1.000.000$00 (lembrem-se que não era euros)

Para mais informações... podem enviar e-mail ou dirigirem-se ao Arquivo Municipal de Espinho, onde há um Mar de Documentos para descobrirem...

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«A catástrofe...

Os Jornais diários e locais deram em reportagens desenvolvidas uma ideia nítida da grandeza do ciclone que assolou a nossa praia.

O triste espectáculo que nos apresenta o bairro piscatório, teatro do desastre, comove o coração mais adversos ao sentimento humano!

Era um bairro pobríssimo, pestílento e despido de confortos, mas que servia de refúgios a numerosas famílias de pescadores, pobres de conhecimentos e de recursos materiais, é verdade, mas lobos do mar!

Bem hajam aqueles que movidos pelo mais sagrado dos sentimentos procuram suavizar o seu infortunio!...

Bem hajam...»

Jornal «O Reformador» - Espinho, 3 de Janeiro de 1926

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