Fotografias: http://www.espinho.tv/
No passado dia 5 de Outubro, na sequência das Comemorações do Centenário da República Portuguesa, procedeu-se à inauguração da Exposição: "Recriação de uma Sala de Aulas dos inícios da República", no Fórum de Arte e Cultura de Espinho
A Exposição estará patente até final do mês de Novembro, possibilitando o contacto dos mais novos, e também dos mais crescidos, com o ambiente de uma sala de aula em que a república se fazia sentir.
O novo regime, a República, preocupou-se desde cedo com a Instrução e a Educação, não só dos mais pequenos, como dos adultos, numa busca incessante da reforma da mentalidade portuguesa que se encontrava atrasada em relação à Europa, claramente devido à Monarquia.
A sala de aulas era o local previligiado para a troca de conhecimentos!
O ensino republicano libertou a criança portuguesa da influência da Igreja, ajudando a criança no desenvolvimento do carácter e no exercício permanente da vontade. A Igreja era entendida como um grande factor de desinteresse. A Escola Primária formava a alma da pátria republicana. O professor primário era o construtor da civilização, aliando a liberdade à responsabilidade, à justiça entre os homens e a dignidade dos cidadãos, devendo ser útil a si e aos outros. Estes eram os ideais da escola republicana, assumindo que o ensino deveria ser prático, utilitário e intuitivo.
A reforma da Educação passou pela criação das Escolas Normais (onde os professores adquiriam o conhecimento necessário à instrução primária); pela criação de escolas de ensino infantil, primário e técnico, tal como de escolas móveis. A Implantação da República trouxe consigo a escolaridade obrigatória e gratuita entre os 7 e os 10 anos e um estatuto fundamental para a imagem dos professores na sociedade.
A Educação Republicana era uma forma de esclarecer consciências, criando uma sociedade mais livre, justa e humana. “O Homem vale sobretudo pela educação que possui”…
A taxa desmoralizadora, que indicava 75% da população portuguesa, como sendo analfabeta em 1910, foi alterada aos poucos com todas as medidas republicanas.
Em Espinho, a alfabetização destacou-se pela quantidade e pela qualidade. Em 1911, Espinho regista uma taxa de alfabetização de 43.50%, aumentando 9 anos depois para os 56,7%. Até ao Estado Novo, Espinho tinha 5 lugares a leccionar. No Ensino Masculino o 1º lugar surge antes de 1902, o segundo em 1905 e o terceiro em Abril de 1910. No Ensino Feminino, o 1º lugar começa a funcionar antes de 1905 e o seguindo em 1911.
Mas nem só de estudo viviam os pequenos estudantes...
A nossa Sala de Aula, possui um cantinho dedicado ao divertimento, em que os brinquedos ganham vida após longos anos. O cantinho, intitulado de "Recreio dos Meus Avós!", pretende dar a conhecer aos mais novos as brincadeiras do passado, tornando-as intemporais e infinitas. Os objectos do artesão Manuel António ( http://brincarcomoantigamente.blogspot.com/ ) foram um pouco essencial no dia da inauguração. Uns queriam reviver os tempos de criança, enquanto outros procuravam entender e desvendar o mistério dos brinquedos do passado.
O cantinho do "Recreio dos Meus Avós", fica completo com um dossier preenchido de memórias dos nossos avós, resultado de entrevistas realizadas nos Centros de Dia e Lares de Terceira Idade do Concelho.
O video das entrevistas e um artigo mais completo sobre os jogos e brincadeiras da Hora do Recreio, estarão disponíveis no blogue brevemente. Vale a pena recordar!
Um grande obrigado a todos os que contribuíram para a realização desta exposição. Sem o vosso contributo, nada seria possível!
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